Transplante de Medula Óssea (TMO) é novo paradigma para anemia falciforme A médica brasileira Belinda Simões, da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto e membro da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, faz parte de uma equipe internacional que teve o seu trabalho selecionado entre os melhores do maior congresso de doenças do sangue do mundo, o 57º ASH, que se encerra nesta terça-feira em Orlando, nos Estados Unidos. Ela é a única brasileira do grupo. O trabalho provou que o Transplante de Medula Óssea (TMO) é o único tratamento curativo para esse tipo de anemia. Dos mil casos acompanhados houve cura em 900 deles. O TMO feito entre irmãos deve substituir o tratamento convencional com quelante de ferro, que piora a qualidade de vida do paciente com muitas dores e afastamento da escola, do trabalho e do convívio social, explicou a especialista que também é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO). O tratamento convencional não consegue evitar os derrames cerebrais, inclusive em crianças, destacou Belinda. Os casos analisados ocorreram em vários países, inclusive no Brasil, entre os anos de 1991 a 20013 com a participação de cientistas dos Estados Unidos e da Europa. A anemia falciforme é muito comum no Brasil por ser hereditária. “Entre tantas pesquisas e descobertas com novas moléculas, nosso trabalho foi reconhecido neste congresso, o que é um orgulho para toda a equipe e para os brasileiros. A descoberta vai mudar a maneira de tratar esta doença”. No Brasil, o SUS está analisando a adoção desse tratamento em todo o país, frisou Belinda. Por Roberto Souza.