Uma das doenças do sangue com menor número de opções para tratamento é a síndrome mielodisplásica (SMD), destacou a diretora da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) e médica da Universidade Federal do Ceará, Silvia Magalhaes, que participou do 57º ASH – o maior Congresso de Hematologia do mundo, em Orlando, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (7). Ela disse que o conhecimento sobre os mecanismos envolvidos na doença vêm evoluindo satisfatoriamente, mas, por outro lado, os avanços para a descoberta de novas drogas estão muito lentos. Isso ficou claro durante as apresentações do ASH, o que é preocupante, segundo a especialista, porque a síndrome mielodisplásica atinge em sua maioria, pessoas com mais de 60 anos de idade, faixa etária que aumenta em vários países, inclusive no Brasil.
Nos Estados Unidos o número de novos pacientes com a doença saltou de 15 para 40 mil ao ano. No Brasil a população com mais de 60 anos aumenta, mas não se conhecem os números de novos casos. Silvia comentou que atualmente os pacientes são tratados com apenas três tipos de drogas. A expectativa é que aconteça com a SMD o mesmo que ocorreu com a Leucemia Mieloide Crônica, segundo ela, ou seja, o surgimento há vários anos de uma droga específica que ataque o alvo da translocação do cromossomo.
Nova classificação
Uma nova classificação da SMD entrará em vigor em junho do próximo ano. A classificação é feita pela Organização Mundial da Saúde. A atual vigora desde 2008. Com isso, será possível aperfeiçoar as avaliações dos níveis de gravidade da doença.