ABHH apoia campanha global da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia

Conscientizar a população sobre os riscos de episódios de trombose e embolia pulmonar e reduzir a incidência de casos no mundo. Este foi o principal foco de campanha global inédita instituída pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH, na sigla em inglês) para o Dia Mundial da Trombose (13/10).

O hematologista Élbio D’Amico, coordenador do Comitê de Hemostasia e Trombose da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), uma das instituições apoiadora do encontro, relata que a trombose consiste na formação ou desenvolvimento de um “trombo”, um coágulo sanguíneo, que acontece mais frequentemente nas veias das pernas e coxas, responsável por causar uma inflamação na parede do vaso.

Segundo o hematologista​ nos casos em que o trombo é formado no interior das veias intra-musculares, caracteriza-se por trombose do tipo venosa profunda (TVP). Estes coágulos podem se deslocar e migrar até os pulmões e ocasionar a embolia pulmonar (TEP), que representa alto risco de morte.

Estima-se que a cada ano mais de 300 mil pessoas nos Estados Unidos e mais de 500 mil na Europa sejam acometidas por eventos de trombose venosa profunda e embolismo pulmonar, segundo dados ISTH. No Brasil, não há registros precisos da incidência, mas calcula-se que, a cada mil habitantes, um ou dois sejam acometidos por trombose venosa profunda e embolia pulmonar, conforme noticiado em 2011 pelo Ministério da Saúde.

Entre os fatores relacionados à trombose arterial e venosa estão antecedentes familiares de eventos trombóticos, tabagismo, aterosclerose, hipertensão arterial; e no caso da venosa, antecedentes familiares de eventos trombóticos, idade, cirurgias gerais, trauma, câncer, uso de contraceptivos orais, terapia de reposição hormonal, entre outros.

Objetivos da campanha global

• Aumentar a conscientização sobre a prevalência e os riscos de trombose

• Reduzir o número de casos não diagnosticados

• Aumentar a implementação da prevenção baseada em evidências

• Incentivar sistemas de cuidados de saúde a implantar estratégias para garantir “melhores práticas” para a prevenção, diagnóstico e tratamento

• Implementação de recursos adequados para estes esforços e maior apoio à pesquisa para reduzir a carga da doença de trombose

• Em última análise, salvar vidas

http://www.worldthrombosisday.org/

Tromboembolismo venoso e Câncer

Pacientes com câncer tem alto número de ocorrências de trombose. “O ​risco é sete vezes maior para tromboembolismo venoso (TEV), particularmente nos primeiros três meses após o diagnóstico e na presença de metástases, sendo a segunda causa de óbito de paciente neoplásico em regime ambulatorial”, relata o hematologista.

D’Amico explica que a quimioterapia aumenta o risco de TEV em aproximadamente 0,8% por mês, com particular impacto no câncer de pulmão. Também o emprego de cateteres venosos se associa com incidência de 27-67% de ​tromboembolismo venoso profundo ​assintomática. Nos casos sintomáticos, ocorre ​tromboembolismo pulmonar em 15-36%.