Nos últimos anos, pacientes brasileiros têm enfrentado constantes desabastecimentos de drogas essenciais para o tratamento de doenças nas áreas de hematologia, oncologia e transplantes de medula óssea. O alerta foi feito pela presidente do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer e da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemias (Abrale), Merula Steagall.
Com o apoio de sociedades médicas, como ABHH, Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO) e Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a Abrale divulgou no dia 6 de fevereiro uma carta aberta pedindo maior empenho do governo, empresas das indústrias farmacêuticas, sociedades especializadas e sociedade civil para que sejam tomadas medidas efetivas contra a falta de medicamentos vitais para o tratamento de pacientes oncológicos, pacientes de doenças hematológicas e aqueles que passaram pelo transplante de medula óssea. A nota foi veiculada no Jornal Correio Braziliense.
Drogas como Clorambucil, Bleomicina, Actinomicina-D, Carmustina e a L-asparaginase estão em falta ou foram descontinuados pelos laboratórios fabricantes, principalmente pela falta de interesse financeiro nesses produtos. Associado aos problemas de distribuição, a falta desses medicamentos afeta milhares de pacientes em todo o País, principalmente os que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS).
Os representantes propõem um amplo debate sobre o financiamento e incorporação de medicamentos de alto custo pela rede pública de saúde; a consideração os critérios científicos junto à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e o respeito à lei vigente sobre importação de medicamentos em caráter emergencial, priorizando a qualidade, efetividade e segurança do produto.