A 26ª edição do Curso da Escola Brasileira de Hematologia abordou Hemostasia e Trombose na cidade de São Paulo para mais de 200 participantes, que puderam usufruir de 14 temas e nove casos clínicos sobre conceitos aplicados dia a dia no paciente, além de apresentação de novos estudos clínicos e revisões de testes que impactam diretamente a qualidade de vida do paciente.
O evento realizado entre os dias 1 e 3 de setembro, contou com abertura de Dimas Tadeu Covas, presidente da ABHH; Daniel Ribeiro, coordenador do Comitê de Hemostasia e Trombose da ABHH; Marco Antonio Zago, reitor da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Conselho Deliberativo Vitalício da ABHH; e Ricardo Pasquini, membro do Comitê de Leucemias Agudas da ABHH, ambos integrantes da comissão cientifica do curso. Na ocasião, Covas reforçou o papel da ABHH como entidade promotora de atualização clínica de profissionais que atuam na hematologia.
“O curso é realizado quase que anualmente e tem uma característica que é o aspecto da interação, da troca de experiência, das perguntas estimuladas durante o curso, que nós temos muita satisfação em realizar e esclarecer. A história do curso começou em 1993, com o tema leucemia na cidade de Caxambu (MG), e com temas intercalados, com doenças oncológicas e não oncológicas. Os temas das edições seguintes são sempre obtidos nos próprios cursos, sugeridos pelos alunos. Em 2015, o último, foi sobre hemostasia, em Brasília (DF). Durante algum tempo, o curso foi realizado em parceria com a Escola Europeia de Hematologia (ESH), entre 2000 e 2004, e na edição de 2006”, ressalta o presidente da ABHH.
A ABHH viajou o Brasil inteiro levando esse curso que passou por cidades como Angra dos Reis (RJ), Natal (RN), Fortaleza (CE), São Paulo (SP), Atibaia (SP) e Xingó (SE), e ainda segundo Covas, é uma das iniciativas mais bem-sucedidas de extensão de hematologia promovidas pela ABHH.
Ricardo Pasquini, que atua na organização do curso desde a primeira edição, ressalta que a tentativa de aproximar a hematologia e a sua ciência ao paciente é sempre benéfica. “Defender a necessidade de uma atuação mais profunda com o paciente faz com que sejamos mais respeitados na área de hemostasia e trombose, que deveria ser mais explorada por nós, profissionais que vivemos o sangue”, defende o hematologista.
Um dos fundadores da Escola Brasileira de Hematologia, Marco Antonio Zago, levantou as publicações na área de hemostasia nos últimos 46 anos e encontrou cerca de 180 mil artigos publicados sobre trombose, 21 mil artigos de leucemia mielóide crônica (LMC) e 280 mil artigos de infarto do miocárdio. “Esses números mostram a importância que a trombose tem e outro aspecto relevante é que com a evolução ao longo dos anos, principalmente nos anos 1980, a trombose praticamente era classificada como TEV e quase 90% dos artigos eram sobre esse tema e, mais recentemente, muitos outros aspectos da trombose tornaram-se relevantes, como testes clínicos, que eram restritos e que hoje foram aumentando significativamente”, explica Zago.
Ainda segundo o levantamento, quando se busca por artigos sobre trombose, os termos que aparecem são: relação com câncer, síndrome antifosfolípede, stentes, síndromes mieloproliferativas, gene ADIANTS13, NETs e NETosis, terapia antiplaquetária e gravidez, isso que atrai a atenção dos pesquisadores.