A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), formada por médicos e profissionais da área de sangue e hemoderivados, acompanha com preocupação a Operação Pulso, da Polícia Federal, deflagrada hoje (9) e que busca reprimir a atuação de uma organização criminosa especializada em direcionar licitações e desviar recursos públicos da Hemobrás – Empresa Brasileira de Hemoderivados.
Segundo informações da Polícia Federal, foram afastados e conduzidos para averiguação os Diretores Rômulo Maciel Filho e Mozart Sales e 28 mandados de busca e apreensão foram realizados. Os desvios podem ter ocorrido por meio de obras e contratos superfaturados e os recursos podem ter sido usados para irrigar campanhas eleitorais.
A Hemobrás é responsável pelo recolhimento do plasma excedente do Hemocentros públicos e seu posterior encaminhamento para o fracionamento pela empresa francesa LFB. Um dos contratos suspeitos diz respeito ao armazenamento deste plasma que ultimamente era feito em caminhões frigoríficos. O contrato inicial no valor de R$ 880.000 foi majorado para R$ 8,3 milhões sem o devido processo licitatório. A PF também estima que houve desperdício massivo do plasma recebido o que ocasionou perda de R$ 9 milhões.
A Hemobrás também é responsável pela compra e distribuição dos fatores de coagulação usados para o tratamento de pacientes hemofílicos o que causa preocupação nos médicos e pacientes ante a possível interrupção deste fornecimento.
A ABHH ao longo dos últimos anos denunciou a falta de transparência nos negócios da Hemobrás e solicitou, por várias vezes, assento, como representante dos especialistas em hematologia e hemoterapia, no Conselho da Empresa, pleito este que nunca foi considerado.
A ABHH espera que, apesar das graves irregularidades apontadas, o fornecimento de medicamentos aos pacientes não seja interrompido e que o governo aproveite a oportunidade para sanear esta empresa que é de todos os brasileiros.
Os porta-vozes da ABHH estão disponíveis para abordar a questão