Em estudo publicado na Nature, cientistas apontam método inovador de induzir estado pluripotência. Brasil possui estudos promissores no campo de IPs
Um artigo publicado no periódico Nature de 29 de janeiro apresentou resultados promissores no campo das células-tronco (acesse o estudo). Cientistas do centro de pesquisas RIKEN, no Japão, e da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA, desenvolveram um novo método que, segundo eles, é capaz de converter células-tronco adultas em embrionárias por meio de exposição ao estresse e modificação do pH do líquido no qual as células são cultivadas em laboratório, denominadas “ STAP (pluripotência adquirida por estímulo) . Os resultados repercutiram na imprensa nacional. (leia reportagem do Estadão.com)
Pesquisas nacionais com CT pluripotentes no campo da oncohematologia
No Brasil, cientistas em conjunto com pesquisadores dos Estados Unidos publicaram no The Journal of Clinical Investigation (JCI) – volume 35, ed. 05, de 1º de maio de 2013 – as recentes descobertas no campo da pesquisa com células-tronco pluripotentes (iPS) como terapêutica da anemia aplástica (AA.)
Juntos, pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos e o brasileiro Rodrigo T. Calado, do Centro de Terapia Celular do Hemocentro de Ribeirão Preto (CTC-HRP), buscaram dar seguimento na demonstração de que quando se deriva células (iPS) de um paciente com telômeros muito curtos, estas células conseguem alongar seus telômeros, aumentando a capacidade de se multiplicar. Telômeros são as pontas dos cromossomos cuja função é protegê-los de possíveis danos no DNA. “O que estamos buscando é como estas células iPS alongam seus telômeros para que seja possível ativar os mecanismos das células-tronco hematopoéticas, que produzem sangue”, relata.
Perspectivas
Em entrevista a equipe de comunicação da ABHH Calado, que também é membro da ABHH, relatou que a equipe do CTC-HRP tem discutido sobre esses novos estudos e pretende organizar seminários para estudar e analisar mais a fundo esses novos achados que, segundo ele, são “extremamente promissores”. “Entretanto, é cedo para concluir se o nosso grupo vai investir nessas técnicas, tendo em vista que ainda não sabemos da sua reprodutibilidade, eficiência e efeitos em longo prazo. Apenas depois desses seminários que poderemos ter uma opinião mais sólida”, avalia o pesquisador brasileiro.
Leia também: Reportagem “Pesquisadores avançam em estudos com células-tronco pluripotentes”, sobre o estudo de Rodrigo Calado, publicada em nosso portal