Conferência Magna destaca avanços no tratamento da LMA

O último dia do HEMO 2017 continua neste sábado, 11 de novembro, com atividades no Expotrade, na cidade de Curitiba/ PR.

No auditório Jardim Botânico, o convidado internacional do HEMO 2017, Bob Löwenberg falou na conferência magna sobre LMA que acaba de ser aberto na Holanda um estudo clínico sob a sua coordenação que visa identificar os pacientes de LMA com as mutações IDH1, IDH2 e FLT3. Acrescentou ainda para um auditório lotado de médicos e profissionais da área da saúde que o grande desafio agora é internacionalizar esse estudo para encontrar um número de pacientes desejado. Pacientes com essas mutações representam cerca de dez por cento de todos os pacientes com LMA.

O palestrante que é editor chefe da revista Blood e tem mais de 540 artigos científicos publicados nas maiores revistas do mundo, falou também sobre a importância das novas drogas para o tratamento de pacientes com LMA e que o TMO continua sendo uma alternativa para os recidivados. Ele também chamou a atenção para um dogma que ronda a hematologia: a superdosagem.

Ao comentar sobre o assunto, o Dr. Eduardo Rego deu como exemplo o caso da Citarabina usada na fase de consolidação da LMA.  “Os grupos da Holanda, Alemanha e Inglaterra dispõem de estudos que mostram que não há ganho de sobrevida usando altas doses como 3 gramas por metro quadrado, em comparação com o uso de 1 grama por metro quadrado”. O uso da dose menor mantém a eficácia e reduz a toxicidade, lembrou.

O Dr. Ricardo Pasquini que juntamente com o Dr. Rego apresentaram o ilustre palestrante, resumiu a apresentação com as seguintes palavras: “O Löwenberg mostrou que o desenvolvimento dos conhecimentos nas LMA está cada vez mais profundo e gerando informações que poderão ser úteis para o melhor tratamento. Também observou que a LMA não é uma doença só, são dezenas ou centenas de situações distintas do ponto de vista molecular, clínico, apresentação,”.

A grande mensagem que o palestrante deixou no HEMO 2017, na opinião de Pasquini foi: “estamos tentando ao máximo individualizar o tratamento para estabelecer um plano mais adequado”.  O Dr. Rego completou: “O palestrante mostrou como os conhecimentos sobre as alterações genéticas estão sendo incorporados na prática clínica. Estamos no início do tratamento personalizado para pacientes de LMA o que cria uma esperança muito grande para os médicos e para os pacientes”.

“Ele apresentou achados moleculares e destacou a revolução desses achados no tratamento e prognóstico dos pacientes. O palestrante chamou a atenção para a necessidade do diagnóstico molecular porque o paciente de LMA apresenta vários tipos de alterações genéticas”, declarou o Dr. Vanderson Rocha.

7º Fórum Educacional das Instituições de Apoio a Pacientes Portadores de Doenças Hematológicas ou Onco-hematológicas

No auditório Barigui, ocorreu o 7º Fórum Educacional das Instituições de Apoio a Pacientes Portadores de Doenças Hematológicas ou Onco-hematológicas.

A atividade teve início com o painel “Um olhar humanizado para a talassemia no Brasil” em que Edna Kakitani falou sobre os objetivos dos exames de seguimento, que é o diagnóstico precoce e/ou a prevenção de complicações causadas por talassemia.

Com a moderação de Tânia Maria Pietrobelli, o Fórum ainda teve a palestra do Dr. Luciano Pacheco, ortopedista especialista em cirurgia do quadril, joelho e hemofilia, que demonstrou estar satisfeito em participar do Congresso. “É importante participar de um congresso de hematologia, apesar de não ser da minha especialidade, mas vocês poderão conferir o impacto da ortopedia na hemofilia”, declarou.

Entre os temas apresentados, o Dr. Luciano falou sobre o estudo de caso na cirurgia ortopédica em artropatia.

13º Simpósio de Psicologia Hospitalar em Hematologia

A atividade no auditório Barigui ficou por conta do 13º Simpósio de Psicologia Hospitalar em Hematologia.

Com a coordenação de Heloisa Benevides de Carvalho Chiattone, a atividade foi dividida em três blocos e teve no início da manhã a conferência sobre “Planetree e seu potencial transformador – interação humana, ambiente de cuidado e participação ativa no processo”. Para Heloisa, começar o Simpósio com esse tema teve efeito motivador para os participantes e para o desenvolvimento do tema ao longo do dia.

Ainda durante a atividade, os congressistas interagiram com perguntas para os palestrantes. Uma delas sobre as dificuldades encontradas dentro dos hospitais, que foi direcionada para a convidada Tatiana Forte. “Nós temos muitas dificuldades desde sempre, mas nós temos uma gestão moderna e organizada. Os nossos voluntários são coordenados pelo serviço de voluntariados do hospital. Esse serviço faz treinamento de capacitação e distribuição do voluntariado dentro do hospital. Não diria que temos dificuldades graves, mas temos mais de 90 anos de história e esse processo não foi do dia para a noite”, explica.

O simpósio durou até o começo da tarde a ainda teve mesa-redonda sobre “A experiência do paciente como essência do cuidado” e uma miniconferência sobre “O transplante como uma tarefa heroica em direção ao processo de individualização do paciente.

Confira as fotos oficiais do HEMO 2017 na página oficial da ABHH no Facebook: https://goo.gl/1kZtcj