A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (9), uma operação para combater uma organização suspeita de direcionar licitações e desviar recursos públicos da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). Durante o cumprimento de um dos 28 mandados de busca e apreensão realizados, agentes da PF flagraram maços de dinheiro sendo arremessados da janela de um dos apartamentos das Torres Gêmeas. Em um dos dois edifícios vive um dos investigados, o diretor-presidente da Hemobras, Rômulo Maciel Filho, no Bairro de São José, na área central do Recife. A PF apura, no entanto, quem teria arremessado os pacotes antes da chegada dos policiais.
Entre os delitos apurados na operação estão corrupção passiva, infringência da lei de licitação, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo o superintendente da PF no estado, Marcelo Diniz Cordeiro, a investigação já teria verificado desvios de aproximadamente R$ 20 milhões, mas esse valor pode ser ainda maior. “Essas frentes que estamos investigando não dizem respeito só ao superfaturamento da obra, mas também ao superfaturamento do gerenciamento, direcionamento de licitações entre outras coisas”, explicou.
De acordo com a PF, durante a “Operação Pulso” ainda foi notado que amostras de sangue coletadas, que deveriam ser transformadas em medicamentos contra a hemofilia e outras doenças, não foram devido ao armazenamento incorreto do material.
A polícia ainda investiga diversas licitações e contratos de logística de plasma e hemoderivados ilegais. A obra de construção de uma fábrica da Hemobrás em Goiana, Mata Norte do estado, também está sob suspeita.
A operação cumpre 28 mandados de busca e apreensão, 29 oitivas mediante intimação e dois mandados de prisão temporária, expedidos contra empresários que atuam na Hemobrás. Foi autorizado ainda o afastamento de três integrantes da empresa, sendo dois da diretoria. Fora Pernambuco, a ação também ocorre nos estados do Piauí, Paraíba, Minas Gerais e São Paulo.