O papel diagnóstico do PET-CT e o surgimento de novas drogas foram os destaques na mesa-redonda de linfomas Hodgkin e não-Hodgkin, ministrada no Highlights of ASH in Latina America 2013. “Por meio da apresentação de estudos consolidados do uso do PET-CT como drive terapêutico interino do Hodgkin, ficou claro que a tecnologia é um fator prognóstico absolutamente relevante que em um futuro próximo norteará a conduta de tratamento”, analisou o diretor de relações internacionais da ABHH, Carlos Sérgio Chiattone. O hematologista foi o único brasileiro a moderar um debate nesta edição do encontro.
Segundo o hematologista, a troca de experiências sobre o PET-CT com o público latinoamericano, que via de regra não participa de estudos clínicos, foi importante para esclarecer o caráter experimental da tecnologia, que ainda não é um procedimento, particularmente pelo alto custo, sendo solicitada apenas àqueles pacientes envolvidos em estudo clínico.
Os especialistas também discutiram os avanços no tratamento observados com a abertura de novas drogas como o brentuximab vedotin e o ibrutinib. No caso do brentuximab, um anti-CD30, que é associado a um quimioterápico, o vedotin, Chiattone relata que foi aberta uma porta de esperança, em especial, para pacientes com linfoma de Hodgkin refratários ou recaídos após transplante de medula óssea autólogo, podendo ser um caminho aos pacientes com indicativo de segundo TMO ou TMO alogênico.
Já o ibrutinib, uma tirosina quinase que age no receptor de células B, a “tirosina quinase de Bruton (Btk)”, os resultados são considerados positivos, pois trata-se de uma área em que não havia praticamente recursos adequados, por exemplo, na leucemia linfocitica crônica (LLC), em pacientes com deleção no p17.
No campo dos imunomoduladores, a mesa redonda discutiu um estudo em que a associação de talidomida com rituximabe no linfoma folicular, o que de acordo com Chiattone é um novo caminho terapêutico. “Entretanto, o custo do fármaco e seu uso por tempo prolongado, certamente é um fator limitante do uso prolongado dos imunomoduladores”, avalia o moderador da mesa.