Entre os dias 24 e 25 de junho, a ABHH promoveu o VII Encontro do Comitê de Glóbulos Vermelhos e do Ferro e o III Encontro do Comitê de Síndromes Mielodisplásicas, na cidade de São Paulo. Com organização da Comissão Científica da Associação, mais de 150 participantes, entre médicos, biomédicos, químicos e estudantes, atualizaram conhecimento e obtiveram novas informações sobre o manejo de pacientes com os respectivos temas de cada encontro.
Fernando Costa, coordenador do Comitê de Glóbulos Vermelhos e um dos idealizados do encontro, reforça que o evento é uma oportunidade para os profissionais terem contato com estudos mais recentes da área de glóbulos vermelhos, talassemia, anemia, SMD e, para aqueles que atuam na prática clínica, terem contato com a literatura mais recente e discutir aspectos laboratoriais com especialistas da ABHH.
“Não só pessoas que trabalham na área de anemia têm interesse no aprendizado, mas outros profissionais que estão envolvidos no diagnóstico e tratam anemia na prática clínica e no consultório também participam. Então, além de aprofundar aquele grupo de pessoas que tem foco em anemia, também serve para ajudar e promover uma atualização das diferentes doenças dos glóbulos vermelhos e do ferro para os médicos hematologistas em geral”, reforça Rodolfo Cançado, membro do Comitê de Glóbulos.
O profissional reforça ainda que há anemia em qualquer tipo de neoplasia, não só na hematologia, mas também na oncologia, ginecologia, obstetrícia e pediatria, com a grande vantagem de abranger diferentes especialistas. Segundo ele, cabe ao hematologista se aprofundar no assunto para auxiliar as outras áreas a entender e valorizar a anemia, e investigar a causa e tratar de forma correta.
Sobre a produção de científica brasileira sobre anemias, conhecidas como hemopatias benignas, é um grupo importante e que tem crescido o interesse na última década não só sobre o diagnóstico, mas também sobre complicações, tanto é que para a Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (RBHH), pelo menos um terço das publicações se refere à doenças do glóbulo vermelho e do ferro dada a importância não só clínica, mas também de estudos científicos nessa área.
“O benefício de estar sempre atualizado é que na prática clínica, dentro do consultório, são muito frequentes a anemia, a leucopenia a plaquetopenia, muito mais do que uma leucemia aguda. e Então, o fato de saber melhor sobre a anemia, que é um sinal de que há alguma coisa errada com o organismo, é investigar e identificar porque a pessoa a desenvolveu. Por exemplo, em 20 a 30% das pessoas que tem câncer de colo, o diagnóstico é feito pela anemia, e nessa investigação pode-se detectar um câncer no intestino, é sempre um sinal de altera e isso demanda uma investigação importante”, explica Cançado.
Para Silvia Magalhães, diretora de comunicação e coordenadora do Comitê de Síndromes Mielodisplásicas da ABHH, os Comitês têm responsabilidade de educação ao programa científico de cada HEMO, que acontece anualmente, mas também um compromisso com as atividades educacionais como os encontros.
As reuniões dos Comitês acontecem a cada um ou dois anos, dependendo da atividade, e têm perfis diferentes das atividades educacionais, que são voltadas para diagnóstico, tratamento, dúvidas mais frequentes que as pessoas têm, dificuldades e, especificamente para a SMD, que é um conjunto de doenças, não só uma.
Segundo Sílvia, esta é uma população bastante heterogênea, com apresentação e bases moleculares muito distintas, diagnóstico por vezes muito difícil, por isso há dúvida por ser uma condição de difícil tratamento, pela escassez de recursos terapêuticos, o que gera interesse em saber o que se faz, como que se conduz, muitas vezes sem recursos que países mais avançados têm, então é uma prestação de serviço da ABHH que é muito interessante para os associados e para os hematologistas.
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