No que depender do Ministério da Saúde, dentro de dois anos, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) irá, finalmente, iniciar as operações no Polo Farmacoquímico de Pernambuco, localizado em Goiana, na Zona da Mata Norte. A previsão foi dada pelo ministro Ricardo Barros, durante entrevista, nesta terça-feira, a uma rádio local.
A notícia dá um sopro de esperança para quem contava que a estatal começasse a funcionar há dois anos, como proposto no anúncio do Polo Farmacoquímico pernambucano. A ideia inicial era que, com a implantação, o Brasil se tornasse autossuficiente no setor de derivados do sangue, com produção de medicamentos para hemofilia, portadores de imunodeficiência genética, cirrose, câncer, Aids e queimados. Nesta quarta-feira, mais de dez anos da criação do polo, no local, apenas funciona a sede administrativa da Hemobrás e, em 2012, ficou pronta a câmara fria da fábrica.
Segundo informou Barros, no atual momento, o Ministério da Saúde irá refazer o acordo com a empresa e assim concluir o processo que estava sendo feito de transferência de tecnologia. “Neste momento vamos retirar da Hemobrás a exclusividade para manipulação do sangue e traremos de volta ao ministério”, declarou.
Ainda nesta terça-feira, o conselho da estatal se reuniu para deliberar os principais pontos e tocar o processo para que, em 2018, a Hemobrás comece a operar. Até o fechamento desta edição, no entanto, a reunião ainda não havia sido concluída. O orçamento total previsto para implementação da estatal era de R$ 850 milhões para construção, transferência de tecnologia e aquisição de equipamentos. Dessa quantia, já foram gastos mais de R$ 500 milhões.
Além da Hemobrás, mais dez indústrias formarão o Polo Farmacoquímico de Pernambuco. Entre elas, a de medicamentos e suplementos alimentares, Multisaúde; de soros, Riff; cosméticos, Hairfly, Rishon, Normix e Vita Derm; de glicerina bruta, Brasbioquímica; de base logística, Farma Logística e Luft Logistics; de nitrogênio e hidrogênio, White Martins (nitrogênio e hidrogênio).
Fonte: Folha de Pernambuco