Uma das novidades do 14º Workshop Internacional do Mieloma, promovido pela International Myeloma Society, em Kyoto, Japão, realizado de 3 a 7 de abril, foram os estudos com os anticorpos monoclonais anti-CS1 (elotuzumabe) e anti-CD38 (daratumumabe), além das terapias envolvendo os inibidores de proteassoma carfilzomibe (já aprovado nos EUA) e o MLN 9708, de uso oral, bem como as evoluções com os imunomoduladores lenalidomida e pomalidomida.
Os resultados confirmam que o uso combinado de várias terapias tem melhorado a qualidade de vida e sobrevida dos pacientes em cerca de dez anos. No entanto, reproduzir estes resultados no Brasil é difícil, destacou Angelo Maiolino, diretor da ABHH , porque os pacientes têm dificuldade de acesso aos novos medicamentos em uso no mundo. “Atualmente, em nosso país, só podemos contar com a talidomida e com o bortezomibe, e mesmo assim não para todos os pacientes”.
Ele também falou dos clinical trials com o MLN9708, que começam em poucos meses no Brasil. Os estudos, porém, envolvem só pacientes de amiloidose. “Os estudos para mieloma não serão realizados porque os dois braços contemplam a lenalidomida, considerada de forma equivocada como experimental no Brasil, o que prejudica nossos pacientes”, destaca Maiolino.
Outros temas muito debatidos em Kyoto foram a evolução na compreensão da biologia da doença, que não ocorre de forma linear, e as avaliações dos critérios de resposta. Novos estudos mostraram a importância do uso dos exames de imagem, ressonância magnética e PET-CT, além da imunofenotipagem e técnicas moleculares. Saiba mais na edição número 24 (abril-maio-junho) da Hemo em revista.