Brasil tem estoque para apenas seis meses, relata empresa responsável pela comercialização do fármaco no País.
Único medicamento no mercado brasileiro disponível no Brasil para terapêutica de LLA, o L-asparaginase, teve sua produção suspensa. Em documento, o laboratório que comercializa o fármaco no País (Bagó), alega que o fabricante estrangeiro encerrou a fabricação. Já relatos de falta de medicamento no País e as entidades médicas, como a ABHH, Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, entre outros, já estão mobilizadas para buscar soluções o quanto antes.
Uma possibilidade seria substituir por medicamento equivalente, mas este ainda não foi aprovado pela Anvisa.
Em retorno as questionamentos do jornal Folha de S. Paulo, o Ministério da Saúde informou que “abrirá, na próxima semana, um chamamento para que laboratórios apresentem, em caráter de urgência, uma alternativa para atender a demanda nacional. Em caso de emergência, segundo o ministério, deverá ser importado o medicamento similar disponível.” Leia matéria na íntegra.
Preocupação mundial
O desabastecimento de medicamentos, bem como a lentidão da aprovação de novas drogas, é uma preocupação mundial. Em junho de 2012, especialistas debateram a questão no 17º Congresso da European Hematology Association (EHA).
Ao final do encontro a EHA, em conjunto com a American Society of Hematology (ASH) e a European Cancer Patient Coalition (ECPC), redigiram nota oficial conjunta na qual notificam a preocupação dos Estados Unidos, Europa e demais países quanto ao comprometimento de tratamentos causado pela iminente escassez de medicamentos hematológicos e oncohematológicos. (acesse a nota na íntegra)
No Brasil a situação não é diferente. A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) tem alertado para o panorama terapêutico das doenças do sangue no País, que inclusive fica para trás no que cabe às opções terapêuticas de doenças como a hemofilia, a leucemia mielóide aguda e o mieloma múltiplo, por conta da lentidão na aprovação de novos fármacos inovadores, reconhecidos pelas agências regulatórias de Europa e Estados Unidos, mas que aguardam liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O assunto foi abordado pelo presidente da ABHH, Carmino Antonio de Souza, em editorial de sua autoria “O QUE ESTÁ OCORRENDO COM O SUPRIMENTO DE DROGAS ONCOLÓGICAS NO BRASIL E NO MUNDO”, publicado no volume 34 – edição nº. 01 de 2012, da Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (RBHH).
Nele, Souza expõe a consternação da ABHH tanto quanto a aprovação dos fármacos, quanto com a continuidade do fornecimento de drogas utilizadas em oncologia e oncohematologia e que são, em sua grande maioria, insubstituíveis. “Vivemos ao longo destes últimos meses diversas “crises” no fornecimento de remédios que mobilizaram e preocuparam grande parte da comunidade médica e farmacêutica em nosso país”, relata no editorial. (leia editorial)
Continue a acompanhar mais informações sobre o caso do L-Asparaginase aqui, no portal da ABHH