Foi anunciado pelo Ministro da Saúde (MS), Alexandre Padilha, em 19 de dezembro, a produção do primeiro lote produzido no Brasil mesilato de imatinibe (Glivec) que, no caso da Leucemia Mieloide Crônica (LMC), funciona como inibidor da enzima tirosina quinase, responsável por estimular o crescimento celular da doença. Com isso, o medicamento passa a ser o pioneiro dentre os fármacos biotecnológicos oncológicos desenvolvido com tecnologia nacional.

Apesar de positiva a iniciativa, a ABHH manifesta preocupação quanto à qualidade da droga. De acordo com o presidente da ABHH, Carmino Antonio de Souza, não há ainda conhecimento no que cabe à realização de testes de bioequivalência em centros que tratam de LMC no Brasil, fundamental a produtos genéricos.  Outro ponto refere-se à procedência do produto, já que o Brasil não o faz, e deve estar importando (bulk) de produtores alternativos. “Caso haja maior número de falhas ou intolerância ao(s) novo(s) produto(s) similar(es), a economia estimada poderá se traduzir em maiores gastos e piora da evolução dos pacientes. Devemos lembrar que LMC é uma doença fatal e qualquer falha tem reflexo fundamental ao processo de controle”, alerta Souza.

Em nota publicada em seu portal, o MS relatou que o custo do comprimido do medicamento será de R$ 17,5 (100 mg) e R$ 70 (400 mg). Atualmente, o Ministério da Saúde compra o produto – de forma centralizada – a um preço de R$ 20,6 (100 mg) e R$ 82,4 (400 mg). Essa diminuição dos valores se dá porque o fármaco é fruto de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) que envolve os laboratórios públicos Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Vital Brazil da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, além de cinco empresas privadas. Assim, com a iniciativa, estima-se que a economia para o Sistema Único de Saúde chegue a R$ 337 milhões, em cinco anos.

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Recentemente a ABHH publicou sua quinta diretriz no Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira, sobre a Leucemia Mieloide Crônica (LMC), que traz parâmetros referentes ao diagnóstico clínico, à avaliação da gravidade e de normatização de etapas e opções de tratamento, manutenção e monitoramento dos pacientes portadores da patologia, com o objetivo de balizar a tomada de decisões do hematologista. Dentre a abordagem constam os impactos do mesilato de imatinibe na terapêutica da LMC.

Fonte: Ascom ABHH; Portal MS.