Os pacientes brasileiros com leucemia linfocítica crônica (LLC), tipo de leucemia mais recorrente no mundo ocidental, tem acesso limitado ao tratamento no País. Assim como a lenalidomida, enquanto nos Estados Unidos e Europa os mesmos doentes fazem uso de um medicamento diferenciado, chamado “bendamustina”, no Brasil a realidade é outra.
O fármaco também teve o registro indeferido recentemente pela Anvisa, é considerado fundamental por pesquisadores, dada sua alta efetividade terapêutica e um menor registro de efeitos adversos. “Trata-se da única opção para pacientes que por razões clínicas ou biológicas não possam utilizar a fludarabina, droga atualmente disponível no País, mas que devido à toxicidade excessiva pode não ser o melhor caminho para a LLC”, relata Carlos Chiattone, diretor da ABHH. Para o inglês Peter Hilmen, da Universidade de Leeds (Inglaterra), e o alemão Clevens Wendtner, da Universidade de Colônia (Alemanha), ambos autores de estudos de referência no campo da LLC, o uso da bendamustina é essencial para garantir a qualidade de vida e a sobrevida destes pacientes com LLC. “A opção terapêutica para pacientes de leucemia é limitada no Brasil, avaliam especialistas. Na Europa o fármaco é usado desde 2009 e, nos Estados Unidos, de 2010. Hillmen, que é autor principal do estudo “Guidelines on the Diagnosis investigation and management of CLL”, publicado no periódico “Leukemia” (dezembro 2012), relata que a diretriz mundial adotada como conduta terapêutica nos casos de pacientes “non-fit”, ou seja aqueles com mais doenças associadas, como diabetes e cardiopatias, é a administração da bendamustina.
Hoje, no Brasil, a ABHH estima o surgimento de cerca de 15 casos de LLC por 100 mil habitantes/ano no mundo. A mediana de idade é de 65 anos. A doença é preocupante devido a sua evolução, mesmo que lenta, de agravamento do quadro do doente, com agravamento severo da medula óssea.