Em atividade que inaugurou a fase pré-congresso do HEMO 2015, participantes sugeriram mudanças na especialidade com presença de entidades públicas e privadas, médicos e residentes de todo o País

Mais de 90 pessoas, entre médicos, residentes, representantes da Coordenação Geral do Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde (CGSH/MS), como João Paulo Baccara, coordenador do órgão, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o Gerente Geral de produtos biológicos, sangue, células e órgãos, Marcelo Mario Matos Moreira, Hemobrás, Hemorrede e Agências Transfusionais de todo o País, Hemobanco de Curitiba, com o diretor Paulo Tadeu Rodrigues de Almeida, participaram ativamente do Fórum “A Hemoterapia que temos, a hemoterapia que queremos e a hemoterapia que podemos” com sugestões para a melhoria da especialidade em diversas frentes, dia 18 de novembro, no Transamérica Expo Center.

A mesa diretora da ABHH que conduziu o Fórum foi composta por Alfredo Mendrone, vice-diretor financeiro, Antônio Fabron Junior, vice-diretor administrativo, Dante Langhi, diretor financeiro da, Dimas Tadeu Covas, presidente, Hélio Moraes de Souza, vice-presidente, José Francisco Comenalli Marques Junior, diretor do Exercício Profissional e José Orlando Bordin, diretor de relações internacionais.

“Em 2010, as propostas foram discutidas e negociadas com os participantes, algumas tiveram sequência e outras não. A primeira tarefa dessa nova edição do Fórum é reavaliar o que aconteceu de cinco anos para cá e o segundo objetivo é um exercício para se pensar na hemoterapia em virtude da situação atual que o País vive e ao fim da discussão, construir uma nova proposta que sirva de embasamento para as direções da ABHH”, ressaltou Dimas Tadeu Covas, na abertura da atividade.

Os temas abordados que tiveram ao todo mais de 40 propostas compartilhadas verbalmente ou escritas englobaram os tópicos: Hemorrede privada e pública, com foco nos dados divulgados sobre doação e transfusão que têm déficit em nível nacional, pois há mais doações do que transfusões; Financiamento; Hemocomponentes e Hemorivados; Responsabilidade Técnica dos serviços e Normas Técnicas e Sanitárias.

Dante Langhi informou que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não incluía o NAT, pois não era uma obrigatoriedade estipulada pelo Governo Federal antes de 2013. “A partir da discussão sobre novas tecnologias, questões técnicas não precisam existir só por obrigatoriedade. O Brasil tem capacidade para trazer uma hemoterapia moderna e efetiva que atenda as nossas demandas”, explica.

Na área de financiamento, Marques, em exposição de dados, exibiu fatores de influência de custo na esfera pública como política, que pode ser boa, neutra ou negativa, balança comercial, imprensa, lobbies. A conta é dividida entre 42% de governo, 50% de parceria público-privada, que envolve saúde suplementar, paciente e governo, e 8% de privado.

No tópico de hemocomponentes e hemoderivados, Hélio Moraes de Souza abordou dados dos últimos sete anos da Hemobrás sobre plasma, além de citar sobre autossuficiência. E no focoe responsabilidade técnica por serviços de hemoterapia, Alfredo Mendrone, questionou a assembleia sobre qualificação: o que, quem e como se qualifica o profissional de hemoterapia. “Como dizer se está ou não qualificado? Deve-se haver uma discussão ampla pela regulamentação e achar mecanismos para atrair profissionais. A questão da remuneração é um bom estímulo, assim como colocar o médico hemoterapeuta no leito”, reforça. Em complemento, José Orlando Bordin, reforçou com a frase: “O que te faz hemoterapeuta é dar condições de conhecer a área de hemoterapia”.

Sobre vigilância, foi debatida a propaganda enganosa que empresas e bancos privados utilizam  sobre serviços oferecidos para a população com garantias de cura e prevenção de doenças como armazenamento de cordão umbilical inteiro para preservação das células que no futuro poderão combater diabetes, Alzheimer, Parkinson, entre outras. A ABHH estuda medidas judiciais cabíveis para barrar atitudes desse tipo que oferecem serviços sem utilidade nenhuma para a população.

Com exemplos da hemoterapia em diversas entidades e formatos, os participantes trocaram informações sobre dados, forma de trabalho, questões profissionais e educacionais, além de auxiliarem a propor melhorias na especialidade. “A discussão foi muito produtiva e as propostas serão condensadas e agrupadas e as respostas serão divulgadas pela ABHH para a comunidade”, finaliza Covas.