O HEMO 2019 inaugurou um espaço importante em sua programação, no Rio de Janeiro. Na tarde desta quarta-feira (6), o Comitê de Acesso da ABHH realizou a segunda edição do Fórum de Acesso a Medicamentos – a primeira edição foi realizada no início do ano em São Paulo e derivou um documento oficial público com propostas e reivindicações reais já apresentadas aos órgãos competentes.
”É muito importante realizar o II Fórum durante o HEMO porque aqui temos todos os atores envolvidos no processo presentes no mesmo espaço”, comentou o Dr. Angelo Maiolino, presidente do Congresso e coordenador do Comitê.
O fórum, segundo José Francisco Marques Júnior, vice-presidente da ABHH e também integrante do Comitê de Acesso, segue como educativo, a exemplo do primeiro, mas também mais reivindicatório. “Nós não podemos deixar o paciente de lado em detrimento da burocracia e da política”, afirmou em seu discurso. “Precisamos atuar próximos das farmacêuticas, ainda que não seja possível atender imediatamente a todos os pedidos da indústria”, completou ao dizer reforçar que “nem por isso, não se fará nada”.
Ao lado de Maiolino e Marques, na mesa, estiveram o assessor técnico do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Helton Chaves, Lindemberg Assunção Costa, professor da Universidade Federal da Bahia. Em sua apresentação, Chaves explanou sobre o impacto financeiro nos Estados e Municípios das medicações atuais não incorporadas. ”Os gastos federais com medicamentos em relação ao PIB nunca oscilou para mais. Em contrapartida, em 17 anos os gastos municipais passaram de 13,6% para 24,2%”, exemplificou.
Lindenberg, por sua vez, defendeu a atuação das sociedades organizadas, como a ABHH, nos avanços por acesso e pontuou que, “para que novas tecnologias entrem no sistema, é necessário que se retire tecnologias obsoletas ou que já foram superadas”. Ficou por conta de Claudio Galvão, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) a missão de abordar os entraves que levam ao desabastecimento de medicamentos de baixo custo na saúde pública.
Na última parte do encontro, foram ouvidas reivindicações de associações de pacientes e da indústria. Ainda durante o HEMO 2019, o Comitê de Acesso a Medicamentos se reunirá para iniciar a organização das novas demandas apresentadas formalmente pela Novartis, Biomarin, Novo Nordisk, ABRALE, ABRASTA, SBTMO e outras que surgiram durante a discussão com o público presente.