No último dia de Simpósio Nacional sobre a Produção de Hemoderivados: “Plasma: O que o Brasil precisa?” foram discutidas questões éticas e políticas da distribuição de plasma no país na programação.
Com a presença de Daniel Muñoz e Florentino Cardoso, que trouxeram a visão ética dos problemas enfrentados pelo Brasil na produção de hemoderivados, esclareceu-se que quem tem o poder sobre o que se é feito com o plasma produzido no país é o Estado, já que a saúde é dever do Estado.
Discutiu-se muito a questão da recompensação e do ressarcimento do doador de sangue no país. Em suas falas, os Drs. Dante e Dimas esclareceram que a ABHH é contra todo e qualquer tipo de pagamento pelas doações feitas, porém como Dr. Dimas Covas trouxe para o debate, deve-se discutir um tipo de ressarcimento aos doadores, já que muitos gastos estão envolvidos no processo de doação.
Outro questionamento levantado durante os debates foi o papel da Hemobrás, sua demanda e crescimento mínimo durante seus quase 20 anos de existência. Segundo as discussões, é preciso que haja um maior investimento para que a Hemobrás consiga suprir as demandas da produção e distribuição de plasma no país, que são enormes comparados com o que se tem atualmente.
O último palestrante do dia foi o Senador Nelsinho Trad, proponente da PEC 10/22, em tramitação no Senado, que mostrou estar bem inserido no contexto das leis de distribuição dos hemoderivados no país e como médico e principalmente político, gostaria de dar voz a essa discussão no Senado para que haja mudanças nos próximos anos neste cenário.
“O assunto é complexo, sabemos, mas com muito equilíbrio e debate vamos promover um avanço da Legislação. É tempo de encarar o problema e buscar soluções mais eficientes, uma legislação atualizada. A Proposta de Emenda à Constituição n° 10 de 2022, conhecida como PEC do Plasma é o primeiro passo e significa o fortalecimento do SUS”, disse o Senador ao final de sua apresentação.
Os coordenadores do evento, Drs. Dante Langhi Jr e Dimas Tadeu Covas agradeceram aos envolvidos nas discussões. “Nós estamos em uma fase, em uma época que é preciso se olhar rápido para frente, para o futuro”, disse Dr. Dante em seu encerramento.
O presidente da ABHH, Dr. José Francisco Comenalli Marques Jr., também esteve presente nos dois dias de evento e em suas considerações finais disse: “Um assunto extremamente relevante para a hemoterapia no país e é um assunto que não pode esfriar, eu acho que devemos continuar pautando ele em todas as discussões”.
Em breve, o conteúdo do Simpósio estará disponível on demand.