Anemia

A anemia, doença que reduz a quantidade de glóbulos vermelhos no organismo,  responsáveis pelo oxigênio dos órgãos, tem várias causas, mas a mais frequente é a deficiência de ferro e não é normal em nenhuma faixa etária. Pode acometer qualquer pessoa, mas sobretudo grupos vulneráveis, como crianças menores de três anos de idade, mulheres e gestantes.

A pessoa com deficiência de ferro pode ter apetite por coisas ou substâncias não alimentares como: terra, gelo, macarrão cru, limão, giz, etc. Estima-se que a deficiência de ferro está presente em um terço da população mundial. Isso quer dizer que cerca de dois bilhões de pessoas têm deficiência de ferro.

Anemia Ferropriva

A deficiência de ferro, sobretudo a anemia ferropriva, piora a qualidade de vida e a sobrevida das pessoas que dela são acometidas. A dieta pobre em ferro, falta da absorção de ferro, que se dá fundamentalmente no duodeno, e perda de sangue como as mulheres que tem menstruação excessiva, ou tumores do tubo digestivo que podem apresentar sangramento.

Falência Medular

A falência medular que acontece quando há deficiência na produção de sangue que, inclusive, pode levar ao desenvolvimento de doenças malignas também será abordada, assim como a hemoglobinúria paroxística noturna também, um tipo de anemia causada pelo defeito na membrana das hemácias, é rara e atinge ambos os sexos.

Hemofilia

A hemofilia é uma disfunção crônica, genética e não contagiosa que afeta a produção de um dos 10 fatores responsáveis pela coagulação do sangue, não tem cura, mas com tratamento adequado possibilita às crianças e pessoas com hemofilia terem qualidade de vida.

A hemofilia ocorre 1/3 das vezes por mutação genética e 2/3 por hereditariedades. Ela se manifesta, prioritariamente, em homens, mas é transmitida pelo gene que está ligado ao cromossomo X, que é herdado da mãe. Deste modo, quando há casos na família, a mulher é uma provável portadora, principalmente se tem irmão, pai, avô ou tios maternos com hemofilia.

Após a comprovação do gene na mulher para a hemofilia, para cada gestação, independentemente do sexo, o bebê terá 50% de chance de nascer com o distúrbio hemorrágico. Isso significa que, se for menina, há 50% de possibilidade de ser portadora igual a mãe e, no caso de menino, 50% de nascer com a hemofilia.

 Os sintomas mais comuns da hemofilia são manifestações clínicas conhecidas como hemartroses, que são os sangramentos dentro das articulações. Há também os hematomas, quando há sangramentos dentro dos músculos que, se não tratados, podem se transformar em sequelas graves, que afetam o dia a dia da pessoa, o que pode impede a prática de atividades simples e cotidianas.

Existem dois tipos de hemofilia que podem ser classificados entre leve, moderada e grave. A hemofilia A é a mais comum e representa 80% dos casos e ocorre devido a deficiência do Fator VIII (FVIII) de coagulação no sangue. Já a hemofilia B acontece pela deficiência do Fator IX (FIX). Os casos graves ocorrem quando há menos de 1% de atividade do fator de coagulação, os leves quando há entre 5 e 40% de produção e o moderado quando há entre 1 e 5% de atividade de fator no sangue da pessoa, sendo que uma pessoa normal tem de 50 a 150 unidades de fator de coagulação por decilitro de sangue.

Hepatites virais

A hepatite é um termo que define uma inflamação no fígado ocasionada por diversos fatores, como medicamentos, álcool e, também, por infecções virais, que podem ser transmitidas pelo sangue, água e alimentos contaminados. A hepatite B tem mais incidência na Amazônia e no oeste de Santa Catarina e Paraná, nestes últimos atribui-se a colonização italiana, onde a hepatite B era endêmica no passado. Já a hepatite A é mais prevalente nos locais com baixas condições sanitárias e água não-tratada.

Igualmente prevalente nos grandes centros urbanos, a hepatite C também está presente entre usuários de drogas injetáveis. Porém, atualmente, há uma queda desse contágio, devido à popularização do crack, que não é uma droga injetável. Já a hepatite E é pouco estudada no País, mas sabe-se que existem casos e alguns estudos mostram soroprevalências acima de 2%, mas ainda não há um estudo com abrangência nacional.

As hepatites B (HBV) e C (HCV) são transmitidas pelo sangue e, por isso, merecem maior atenção na hemoterapia. As hepatites A e E são de transmissão fecal-oral, ou seja, por meio da água e alimentos contaminados. Porém, pelo fato de provocarem viremia (vírus livre presente no sangue), podem ser ocasionalmente transmitidas por sangue e derivados.

Leucemia

Tipo de câncer de sangue dos glóbulos brancos que, geralmente, acumula células anormais na medula óssea, ou seja, há uma substituição dessas células normais pelas anormais. Sobre os sintomas, dois dos principais quando se trata de leucemia são anemia e infecções, devido ao acúmulo de células na medula óssea, o que prejudica que os glóbulos vermelhos e brancos sejam produzidos normalmente. Outros sintomas são fadiga, palpitações e redução dos leucócitos normais, responsáveis pela defesa do organismo.

O diagnóstico precoce é fundamental, pois assim que a doença se manifesta, progride rapidamente. Os exames são físicos, para avaliação dos gânglios linfáticos, do baço e do fígado; de análises sanguíneas; biópsia da medula óssea; citogenética; entre outros. O tratamento consiste em medicamentos, quimioterapia e transplante de medula óssea, dependendo do caso.

Leucemia Linfocítica Aguda (LLA)

Fatores de risco: estar exposto à radiação e substâncias químicas como benzeno. Embora não haja demonstrações de que seja hereditária, algumas síndromes familiares são fatores de risco, como “Síndrome de Down”. Tratamento: quimioterapia (algumas classes de drogas).

Leucemia Mieloide Aguda (LMA)

Fatores de risco: tabagismo, exposição prolongada a produtos químicos, como o “benzeno”, síndromes genéticas, pessoas com síndromes mielodisplásicas. Tratamento: quimioterapia (algumas classes de drogas).

Leucemia Linfoide Crônica (LLC)

Fatores de risco: exposição a substâncias químicas. Estudos apontam uso prologando de pesticidas como um dos potenciais riscos. Mais comum em homens que mulheres. Histórico familiar – casos em parentes de primeiro grau.

Leucemia Mieloide Crônica

Fatores de risco: exposição a altas doses de radioatividade, como as geradas por acidente nuclear. Idade avançada aumenta a possibilidade de desenvolver LMC. Acomete mais homens que mulheres. Hereditariedade e hábitos de vida – como fumar – não parecem influir na LMC.

Linfomas

O linfoma pode começar em qualquer local em que existam as células linfáticas. Ainda assim, se manifesta preferencialmente nos gânglios linfáticos, em nódulos no pescoço, axilas e região da virilha. Vale ressaltar que, na maioria das vezes, os nódulos são ocasionados por infecções, nem sempre sendo linfoma. A doença, que ataca as células do sistema imunológico, tem altas chances de cura quando diagnosticada e tratada precocemente.

Linfoma de Hodgkin

Ocorre em 10% a 20% dos doentes, normalmente crianças, sendo mais comum no sexo masculino (numa proporção de aproximadamente três para dois). O índice de cura da doença é de, em média, 75% em pacientes com o tratamento inicial. Pode surgir em qualquer parte do corpo e o sintoma inicial mais comum é um aumento indolor dos linfonodos (ou ínguas).

Linfomas não-Hodgkin

Correspondem a cerca de 60% do problema na infância (entre cinco e 15 anos), com maior incidência entre os rapazes. São curados em menos de 25% dos casos. Pode apresentar manifestações no estômago, pele, cavidade oral, intestino delgado e sistema nervoso central (SNC).

Mieloma múltiplo

O mieloma múltiplo, tipo de câncer raro de sangue, atinge 30 mil pessoas no Brasil, sendo a maioria acima de 60 anos. A doença ainda não tem cura, mas, se diagnosticada precocemente, pode ser controlada com tratamento. Geralmente, o diagnóstico de mieloma múltiplo é realizado tardiamente, devido a alguns dos sintomas mais comuns, como dores ósseas e na lombar – serem facilmente confundidos com osteoporose.

O paciente vai a um ortopedista que prescreve cálcio e que, muitas vezes, não investiga a causa do problema. Uma orientação é incluir o exame de eletroforese de proteínas, único teste de sangue capaz de medir a quantidade de proteína monoclonal ’fabricada’ (sintetizada) pelas células plasmáticas malignas no sangue ou na urina que acusa se há anormalidades. Outros sintomas associados são anemia, problemas renais, elevação de cálcio e infecção por repetição. A doença não tem cura e o desafio para os médicos é manter os pacientes em tratamento e oferecer uma sobrevida com qualidade de vida.

Síndrome mielodisplásica

É um tipo de câncer de sangue que, geralmente, acomete pessoas acima de 60 anos, porém está cada vez mais predominante em pessoas na faixa dos 40 e 50 anos. A síndrome mielodisplásica (SMD) atinge a medula óssea e tem como principais sintomas anemia, cansaço crônico, dores no peito, aumento de suscetibilidade a infecções e tendência a sangramentos. A doença é diagnosticada em pacientes que apresentam anemia sem causa identificada e a investigação deve ser feita a partir de análise da medula para estudo morfológico e citogenético.

A SMD tem como apresentação clínica mais comum a anemia que, no idoso, é considerada um problema de saúde pública, pela sua alta prevalência. É necessária, portanto, uma avaliação criteriosa e especializada para afastar outras causas de anemia nesse grupo populacional, como as anemias carenciais e a anemia por doença crônica para confirmação do diagnóstico.

Talassemia

Doença provocada por falha genética que ocasiona má formação da hemoglobina, proteína responsável pelo transporte do oxigênio no sistema circulatório.

O tratamento da doença consiste em transfusões de sangue (a cada 15 a 30 dias, dependendo de cada caso), medicamento para retirar o excesso de ferro do organismo (quelante de ferro) e exame de sangue (ferritina) e ressonância para medir essa sobrecarga de ferro, além da necessidade de acompanhamento de equipe multiprofissional.

Os pacientes com talassemia são diagnosticados a partir de hemograma completo e um exame específico (eletroforese de hemoglobina) que mede a quantidade de cada tipo de hemoglobina. A talassemia é uma doença hereditária, desenvolvida a partir de dois genes, um herdado do pai e outro da mãe. Pode ser classificada em talassemia alfa (quando o problema é no cromossomo 16) e talassemia beta (problema no cromossomo 11). Teste genético pode identificar exatamente qual é a alteração genética que o paciente tem.

A pessoa com talassemia alfa pode ser apenas portadora do gene e não doente (caso do portador assintomático e do traço alfa talassemia) ou doente (doença da hemoglobina H e hidropsia fetal). A pessoa com talassemia beta também pode ser apenas portadora do gene e não doente (talassemia menor) ou doente (talassemia intermediária e talassemia maior). Hoje, com o exame do pezinho que os recém-nascidos realizam na maternidade, já é possível identificar se a pessoa tem ou não a doença talassemia alfa ou beta. Um exame de sangue para confirmação deve ser realizado posteriormente, bem como a investigação do gene nos pais e irmãos porque eles podem ser apenas portadores do gene da doença e ainda não ter o diagnóstico.

Na talassemia doença, os principais sintomas já podem ocorrer em torno de três a seis meses de vida, com palidez, fraqueza, anemia, falta de ar, urina de colocação escura.

Trombose

A trombose é caracterizada pela formação ou desenvolvimento de um coágulo sanguíneo responsável por causar a obstrução e inflamação na parede do vaso, conhecida pelos médicos como trombose venosa profunda. Considerada uma causa de morte global, a trombose é causa de mortalidade de 1 a cada 4 pessoas no mundo, por complicações da doença, segundo o movimento World Thrombosis Day, realizado anualmente como alerta.

Os membros inferiores são os locais mais comuns de trombose e os principais sintomas são o edema (inchaço), a vermelhidão, a dor e o calor local, além de dor nas pernas.

 A incidência de trombose é igual nos dois sexos quando não estratificado por faixa etária. Quando é avaliada apenas a faixa entre 20 a 40 anos, a incidência é um pouco maior nas mulheres exatamente pela maior exposição a fatores de risco, como anticoncepcionais e gestações. Estima-se que a cada ano mais de 300 mil pessoas nos Estados Unidos e mais de 500 mil na Europa passem por eventos de trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar. No Brasil, não há registros precisos da incidência, mas calcula-se que, a cada mil habitantes, um ou dois sejam acometidos por trombose.

Além do acompanhamento médico, qualquer pessoa pode tomar medidas de prevenção. Muitas delas podem ser incorporadas no cotidiano. Algumas das dicas são:

– Exercitar-se ou fazer pequenas caminhadas regularmente;

– Controlar o peso;

– Evitar o cigarro;

– Movimentar as pernas durante longos períodos sentada;

– Usar meias elásticas no caso de insuficiência venosa, sempre com orientação médica.

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