BLC 2024 encerra com Conferência Magna sobre biologia molecular de linfoma e palestra sobre doenças onco-hematológicas entre indígenas

A 14ª Brazilian Lymphoma Conference (BLC 2024) concluiu seu quarto e último dia com a Conferência Magna “DNA tumoral circulante no linfoma: Princípios e direções futuras”, ministrada pelo Dr. Ash A. Alizadeh, dos Estados Unidos. Segundo o speaker, as mudanças no DNA podem ser informativas no diagnóstico da doença e devem ser analisadas. 

“Em se tratando de uma linha do tempo, particularmente quando falamos do ctDNA, o DNA tumoral circulante, ele informa a estratificação de risco para classificação molecular e a previsão de sensibilidade clínica a determinadas terapias”, diz Alizadeh, que é vinculado à Stanford University.

Segundo o Dr. Carlos Chiattone, presidente do BLC 2024, o evento teve como destaques palestras sobre biologia molecular de linfoma. “Cumprimos com esse objetivo de trazer os avanços biológicos que nem sempre são abordados nos congressos da área. Esses conhecimentos são importantes porque é através deles que se desenvolvem novas terapias”, afirma o diretor de relações institucionais da ABHH, instituição promotora do evento.

Equidade – Ao longo da programação do dia, foram realizadas sessões sobre doenças linfoproliferativas, sobre linfomas e leucemia linfocítica crônica e sobre os hot topics da área. Ao final de cada sessão foi aberto para Perguntas & Respostas ao vivo. O destaque também ficou por conta da inédita palestra “Doenças onco-hematológicas em Ameríndios Brasileiros”, com a Drª Kalysta Borges, do Brasil. 

A speaker mencionou que há uma precariedade dos sistemas de registro de informações sobre incidência, morbidade hospitalar e mortalidade sobre oncologia entre indígenas no Brasil. “É uma invisibilidade danosa demográfica e epidemiológica”, pontua Kalysta, chamando a atenção para o etnocentrismo presente na sociedade ocidental e que reflete na agenda da ciência.

Na mediação das Perguntas & Respostas ao vivo da sessão hot topics, o Dr. Renato Cunha, coordenador do Comitê de Equidade da ABHH, lembrou que a ABHH tem se esforçado para promover o debate sobre equidade na área e no acesso de diferentes populações ao diagnóstico e tratamento do câncer no Brasil.

No encerramento do BLC 2024, Chiattone relatou que o evento contou com a participação de 998 pessoas de 17 países, com 38 speakers sendo 18 deles brasileiros e 18 do exterior e disse que considera esta a melhor edição.

“Mantivemos a forma virtual para termos esses speakers altamente qualificados de diferentes países e pudemos contar com moderadores, também altamente qualificados, que durante a discussão estiveram ativos com a proposta de trazer, sempre que possível, a discussão para questões nossas, regionais, que é o que vale. Portanto, agradeço a todos os participantes e a equipe organizadora”, conclui Chiattone.